10 entre 10 grávidas usam com frequência a palavra MEDO.
Medo de morrer e deixar os filhos, medo do parto, medo da dor, medo de não dar conta, medo de sofrer e fazer sofrer, medo de não dar certo, medo de dar tudo errado.
A maioria das pessoas não se prepara emocionalmente para ter um filho, menos ainda para ser mãe, o que é muito mais difícil.
O que escrevi parece meio radical, meio extremista mas transcrevi o que leio, escuto e trato todo dia.
Ainda que exista uma preparação, um cuidado com a nossa saúde mental, na nossa cultura, os sentimentos são errados. É errado: sofrer, ter medo, ter ansiedade.
Sentimentos são bússolas e sempre querem nos dizer alguma coisa, querem nos levar a algum lugar. Por mais desconfortável que seja, vale encarar os medos um a um e cada um que insistir em chegar, eles sempre chegam.
Pode até demorar, mas entender assim, nossos sentimentos como bússolas, nos leva mais longe. Porque estou com medo? Do que eu tenho medo? Porque me sinto assim?
O nascimento de um filho é um divisor de águas, um tarefa árdua. Uma mudança de vida que se inicia na gravidez e NÃO TERMINA no parto.
Você deixa de ser única e exclusivamente você e passa a ser a mãe. Você muda como casal, como mulher, como profissional, como filha, como amiga.
É com você mesma que estou falando, não importa se normal ou cesárea, gestar e parir DÓI.
Para essa tarefa árdua não existe manual, PDF, atualização do Instagram, você só saberá quando for a sua vez e estar bem emocionalmente, ter uma rede de apoio é o melhor que você pode fazer por você e pelo seu bebê.
Não existe botão do liga e desliga do medo, da dúvida, da insegurança mas importa o que fazemos com todos esses sentimentos.
Não passe pano, não finja que não é nada, não tape buraco e muito menos se deixe paralisar. No seu momento, busque ajuda e vamos à luta!
Dra. Júlia Alencar Pacheco da Costa Santana.
Ginecologista e Obstetra com foco em atendimentos de Alto Risco e Medicina Fetal.
CRM 15418-DF RQE9942
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